sábado, 31 de março de 2012

BOAS LEMBRANÇAS!

O Globo Repórter desses 30 dias do mês de março me instigou a falar de meus avós materno os únicos que conheci e como me relacionava com eles.

Gostava mais do meu avô. Era um homem bonito, branco, olhos azuis. Dizia que por parte de mãe era neto de português.

Minha avó era morena clara e dizia que quando casou ela era mais bonita que meu avô. O que ele retrucava com uma piscada de olho.

Mas não é beleza dele e dela que me fazia gostar mais de um que do outro e sim a convivência com eles no dia a dia.

Morava no interior e freqüentando escola poucos meses durante o ano ficava muito mais de férias e o meu destino era a casa dos avós, onde já vivia uma outra neta um ano mais velha que eu.

Lá a diferença da vida que tinha na própria casa era os trabalhos de plantio de arroz, milho, mandioca que eu participava. No plantio de arroz e milho e até que crescesse uns quinze, vinte centímetros tinha que vigiar principalmente no horário da manhã até umas 09h, ou mais tarde dependendo do sol e à tarde das 16 às 17h30min. O motivo era impedir que uma pequena ave que chamávamos de graúna arrancasse os grãos de arroz e milho na cova, depositados.

Outras providências eram tomadas para proteger o plantio e aí entrava a fértil imaginação do meu avô. Latas grandes com sinetas, suspensas e amarradas em estacas altas puxadas por cipós comandados à distância, em toda área plantada e quando ativadas faziam um grande barulho;

Tinha ainda os espantalhos que era um esqueleto feito de paus que aparentava braços, pernas e alguma coisa embrulhada formando a cabeça, onde era também colocado um chapéu, vestido com roupas de homens e mulher, aquelas bem usadas, rasgadas. Às vezes ele vestia com roupas da minha avó que ainda estava sendo usada e aí ela o fazia tirar.

Conviver com meu avô tinha sempre motivos para dar boas gargalhadas.

Situações como acordar cedo para fazer uma coisa ou outra que ele entendia que poderia ser feito outra hora ele impedia que ela nos acordasse.

Outra defesa: Na semana santa minha avó queria que eu e minha prima jejuássemos e ele dizia que não era preciso nós ainda éramos crianças.

Tantas outras coisas poderiam ser ditas, mas agora só quero dizer que foi um privilegio de tantas vezes conviver com meus avós.